Os estúdios parecem desesperados em tentar encontrar o novo “Twilight”.
De um lado tentou-se criar com “I am Number Four” a mesma energia adolescente catalisada por primeiros amores, tendo como fundo uma ação muito sobrenatural e aliens vivendo entre nós em combate. O resultado foi desastroso, e dificilmente o filme terá uma sequência, apesar dos livros (onde se inspirou) para isso.
Já Red Riding Hood tinha o dom de juntar ainda mais elementos que podiam triunfar. Por um lado aposta na mesma química de Twilight, onde um triângulo amoroso volta a ter a atenção de Catherine Hardwicke. Para além disso, o filme acompanha, ou inicia mesmo, a nova tendência de Hollywood, que é adaptar contos clássicos em versões diferentes do habitual. As novas produções de Branca de Neve e Peter Pan são bons exemplos.
Como estes elementos tão na moda, e uma cineasta que até já triunfou num deles, afinal foi ela que iniciou o caminho de Crepúsculo nas telonas, seria de esperar que Red Riding Hood tivesse sucesso. Mas não tem. O filme tem sido um fracasso na crítica.
Há uma série de problemas nesta adaptação contemporânea, e nem sequer vale a pena bater na tecla de o filme se passar numa era medieval, ainda que os jeitos e palavras dos atores sejam demasiadamente modernos. O grande problema deRed Riding Hood não é esse, mas o fato de ao reimaginar um conceito ser tão pouco arrojado e seguir apenas os caminhos do óbvio e do cliche, sendo particularmente frustrante quando aos 30 minutos de filme, já sabemos quem é o tal lobisomem que assola a aldeia. Parece que mais que um filme, estamos perante uma fórmula, onde os ingredientes falham.
Fracassado na tensão e no mistério, onde a atuação dos atores não facilita, resta analisar o filme como mais um meloso romance com dúvidas entre uma mulher e dois homens, onde não faltam as pressões familiares, pois afinal de contas ela já estava prometida a um deles.
Uma nota para aquilo que mais me agradou. A fotografia. Aqui sim o filme tem valor.
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