quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Carter Burwell Fala Sobre A Trilha Sonora De Amanhecer

A trilha sonora é algo mais do que vital em qualquer filme. É ele quem dá o tom às cenas, seja de suspense, romance ou terror. E em Crepúsculo não é diferente, sempre possuindo uma trilha sonora impecável. Abaixo, Carter Burwell, responsável pela trilha sonora de sucesso do primeiro filme, novamente assume a trilha de Amanhecer e fala sobre como foi compôr a trilha para esse filme, dando uma informação mais do que importante sobre uma certa canção de ninar da Parte II…

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TRIBECA, Manhattan: Foi como uma cena de um filme. O compositor de trilha instrumental Carter Burwell escreveu a triha final para ‘A Saga Crepúsculo: Amanhecer (Parte I)’ em seu piano no país à luz bruxuleante de uma lamparina.
“Eu estava fora de minha casa em Amagansett tentando terminar a trilha quando o furacão Irene chegou e acabou com a força”, descreve Burwell. “E ficou sem luz por quatro dias. Então, acabei escrevendo o final nesta escuridão, trancafiado em casa.

“Foi interessante e doloroso ao mesmo tempo”, diz ele, com uma risada. “Mas tudo deu certo.”
Ser forçado a compor à moda antiga não é um exercício tão extremo para Burwell como poderia ser para outro compositor; ele realmente escreve a maioria de seus temas ao piano. E a tempestade deu um ambiente perfeitamente sombrio e romântico para conjurar a música da cena final, onde Burwell reprisa a ascendente “Bella’s Lullaby”, tema do primeiro Twilight, com sons litúrgicos. Sem contar o final, é uma cena de clímax mais pesada.

Nós nos encontramos com Burwell durante sessões de mixagem de som de Amanhecer em seu estúdio em Tribeca – em contraste, um ambiente muito bem iluminado e altamente técnico. Ele tinha ido gravar com uma orquestra em Abbey Road, e agora estava trabalhando os estágios finais com seu mixer de tanto tempo Mike Farrow e seu assistente Dean Parker.

Burwell pode ser melhor conhecido por seu trabalho com os Irmãos Coen, tendo marcado todos os filmes que eles fizeram desde ‘Blood Simple’ (1984).

Entre os filmes dos Irmãos Coen – incluindo mais recentemente ‘True Grit’ – e uma série de destaques, tais como ‘And The Band Played On’, ‘The Spanish Prisoner’, ‘Being John Malkovich’, ‘Adaptation’, ‘Where the Wild Things Are’, ‘Before the Devil Knows Your Dead’, ‘The Kids Are Alright’ e ‘Mildred Pierce’ – as trilhas de Burwell atravessam muitas eras da música, gêneros de filme e décadas de aclamação da crítica.
Por tudo isso, há uma autenticidade na música Burwell que distingue suas trilhas do estilo típico de Hollywood. E enquanto artistas como Trent Reznor, Daft Punk, e Phoenix estão assinando as trilhas hoje em dia, ser um artista – viver e trabalhar fora do sistema tradicional de estúdio de cinema – pode estar chegando a ser favor. Diretores querem colaborar com um artista. E Carter Burwell é um artista.

Ele tirou um tempo longe da mixagem para conversar com o SonicScoop sobre a trilha de Crepúsculo, e trilhas em geral…

Olhando sua filmografia, parece que você não fez trilha para uma sequência antes. Você fez o primeiro filme de Crepúsculo, mas não o segundo nem o terceiro. Você pode me dizer sobre como você veio a fazer Amanhecer, o quarto dos filmes de Crepúsculo?

É verdade, eu nunca fiz trilhas para sequências. Mas é muito simples – Eu já trabalhei com esse diretor – Bill Condon – antes [em 'Kinsey']. Bill queria que eu fizesse a trilha, mas ele não tinha certeza se eu iria querer, porque é um enorme melodrama, e isso é realmente muito diferente do que eu faço normalmente. Mas é inteiramente um prazer trabalhar com ele, então definitivamente eu queria fazer.

Quando eu estava compondo a música para o primeiro filme de Crepúsculo, eu não acho que nenhum de nós sabia que seria tão popular… que teria essa ressonância cultural. Houve uma resposta tão enorme. Milhares de e-mails de pessoas que me escreveram, querendo saber como tocar os temas ao piano. E isso tem sido muito bom.

Oh isso é muito legal – os fãs realmente se envolvem com a trilha dos filmes. Wow. Assim, na trilha deste último filme, você reprisou qualquer um desses temas do primeiro? Como você continua aquele trabalho que você tinha feito no primeiro, ou não se aproxima nem um pouco disso?
Bem, eu fiz até certo ponto. Os dois filmes do meio foram dirigidos por pessoas diferentes e compostos por pessoas diferentes e eles não usaram qualquer um dos temas musicais do primeiro.

Mas há esse tema de amor chamado “Bella’s Lullaby”, que estava no álbum da trilha sonora de Crepúsculo e é a esse que as pessoas mais responderam do primeiro filme. E quando eu falei com Bill Condon, ele estava animado em trazer de volta “Bella’s Lullaby” – assim nós trouxemos isso de volta, judiciosamente. Há uma pista disso aqui e ali, e então na última cena do filme, nós realmente abrimos o jogo. E é muito dramático.

Tendo trabalhado com Bill Condon antes, e tendo marcado o primeiro filme desta série de sucesso insano… quanta direção você teve no início deste projeto? Como isso começou?

Bem, primeiro temos a sessão de reconhecimento onde – por um lado – nós estamos falando tecnicamente sobre onde a música começa e termina. Mas, honestamente, em um filme como este, verifica-se que na verdade nunca termina. Há 80 minutos de trilha sonora neste filme, então a conversa sobre “onde começa e termina” mal começou. Na verdade, passamos esse tempo falando sobre qual é o ponto dessa cena? O que a música pode dizer? Que tipo de tema que podemos usar para isso? Há muito para se dar e receber em uma conversa como essa.

E uma coisa, em um filme como este – há (especialmente na segunda metade) um monte de efeitos especiais então quando eu estou olhando para a tela, eu não necessariamente sei o que está acontecendo. Então eu tenho que depender do diretor dizer, ‘OK, aqui terão lobos descendo esta colina,’ porque eu não posso sempre dizer qual é o impacto dramático importante quando há todos essas gravações com efeitos inacabados.

E a partir daí, você só começa a trabalhar? Você tem o trabalho, então você não está exatamente lançando música…

Isso mesmo. Assim que eu falei com Bill e nós concordamos que eu iria fazer isso, eu comecei a pensar sobre temas e melodias. É uma história muito diferente do primeiro Twilight. No primeiro, você começa no que parece ser um ambiente normal para uma garota do ensino médio e torna-se sobrenatural e muito emocionalmente intenso.

Aqui, por este ponto, não há nenhuma pretensão de nada ser normal. Então você começa em um estado emocional já elevado, com qualidades sobrenaturais e só aumenta… por isso é muito mais melodramático. E eu sabia que eu precisaria de um material muito mais temático do que eu tive no primeiro. Neste filme, Edward e Bella se casam. Eles estão se tornando adultos. Eles enfrentam desafios diferentes. A trilha tem que levar isso em conta. E assim a música é realmente muito diferente.

Comecei a trabalhar logo que eu descobri que eu tinha o trabalho, porque eu sabia que era um trabalho enorme e eu não teria muito tempo para escrever todos os 80 minutos de música.

Você entrou em contato com algum músico especial para tocar nesta trilha? Eu sei que David Torn desempenhou um papel no primeiro filme de Crepúsculo, contribuindo muito com a característica guitarra elétrica que funcionou tão bem. Desde que você está com sede em NY, é legal pensar que haveria alguma influência de NY no som de suas coisas, com base em quem você chamou para tocar.

Bem, eu gosto de pensar que existe. Esta trilha em particular não tem tanta guitarra quanto o primeiro. E isso é parte do tom que mudou, de eles serem estudantes secundaristas para eles viverem uma vida adulta. Esta trilha tem um pouco mais do sabor de um melodrama tradicional, no sentido de que fomos a Abbey Road e gravamos com uma orquestra maior do que o que tivemos no primeiro. Nós tivemos, em Londres, este guitarrista Leo Abrahams tocando – e ele é um guitarrista muito interessante.

Legal. E sobre o fato de que Amanhecer ser dividido em dois? Sabendo você também vai fazer a trilha da parte dois, para onde a história segue daqui e entra no filme para você? Quando você está pensando nesses temas?

Bem, eu li o script, mas eu não vi nada da Parte II ainda. Mas eu tive que escrever um tema que Edward toca na tela na parte II. Bill queria que ecoasse a cena de “Bella’s Lullaby” do primeiro filme na última parte, então eu tive que escrever uma canção de ninar para isso com bastante antecedência para que Rob Pattinson pudesse aprender o dedilhado – ele é um músico e se orgulha de ser capaz de fazer isso.

Então nós sabemos que é uma parte importante da Parte II. E nós damos dicas desse tema na Parte I. Mas, honestamente, foi um grande desafio para mim, colocar minha cabeça ao redor dos 80 minutos de música para este filme. Minhas trilhas geralmente são metade disso. Então eu não pensei muito na Parte II enquanto eu estava fazendo a Parte I.

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