O The Envelop deixou sua crítica sobre Amanhecer. Mais precisamente sobre a gravidez de Bella. Confira:
Foi, com certeza, nada mais que uma questão se milhões de americanos iriam sair para ver “A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1″ esse fim de semana, e eles foram – 18 milhões de pessoas, para ser mais específico. Falando de comparações, ele está ligeiramente atrás do número de pessoas que viram a final de “American Idol” no ano passado – como estúdio, a Summit Entertainment levantou $139.5 milhões nas bilheterias para o último filme de Kristen Stewart e Robert Pattinson.
A grande questão, porém, talvez esses milhões foram levantados visando o que viria assim que eles sairam do cinema, particularmente as partes de sexo, amor e nascimento, partes que Bill Condon dirigiu, e Melissa Rosenberg escreveu um roteiro que tem muito a dizer.
Recapitulando rapidamente, no caso improvável de que haja algum Twihard perto de você. Neste quarto filme de uma franquia de vampiros, adaptado da metade do último livro da série “Crepúsculo” de Stephenie Meyer, Bella Swan (Stewart) e o vampiro Edward Cullen (Pattinson) finalmente consumaram seu amor. Embora ainda jovem, ela casa com Edward, um relacionamento brilhante enquanto o lobisomem Jacob (Taylor Lautner) roadea por perto. O casamento os guia para uma lua de mel surpreendente no Brasil, assim como a primeira vez de Bella (sem mencionar as penas; um vampiro e travesseiros são, aparentemente, uma combinação perigosa).
Mais notável ainda, foi o resultado do sexo da noite de casamento: Bella engravida de um tipo de humano-vampiro híbrido, que logo ameaça a vida de sua mãe. Avisada do perigo, ela nem mesmo pensa em terminar com sua gravidez.
Essa última parte foi escolhida pela crítica feminista, que apontam que Meyer é uma mórmon que se abriu à respeito de sua fé e que influencia seus romances. Elas ressaltam que o livro tem uma mensagem anti-aborto, especialmente quando Bella está propensa a correr e contar as pessoas que seu feto é um bebê. Como escritora, Natalie Wilson coloca em sua nova dissertação na revista Ms:
“A forma em que a gravidez de Bella é retratada e discutida – ao lado das fortes mensagens de pró-abstinência da saga, a religião sublinhada e a maternindade com um tom de final feliz e natural para todas as mulheres – resulta em uma narrativa que se apoia muito na postura de anti-aborto.”
Uma conclusão bastante justa, embora deva-se dizer que “Amanhecer” não é o primeiro filme de Hollywood que vai na onda das possibilidades de aborto, no caso de uma gravidez indesejada. “Engravide”, um filme de uma autora mórmon de fantasia adolescente tornou-se uma abordagem similar. Manter um bebê é muito mais dramático e oportuno do que uma escolha, especialmente quando há uma sequência.
Mas uma questão evasiva aparece bem antes de Bella chegar no estágio de ‘entrega’. Como um conto de fadas, “Twilight” sempre se entrega em fantasia — dois caras sonhadores, o desdenho deles de um pelo outro tomba no amor deles pela garota, que não parece ter que fazer muita coisa para ganhar a afeição deles. Mas tem sido um conto de fadas real. Isso segue Bella e Edward até a próxima fase da vida deles, embora, o quarto filme entre numa fase mais adulta. E a mensagem, inevitavelmente, se torna mais carregada.
No mundo de “Breaking Dawn,” aparentemente, sexo é tão santificado que só pode ser praticado na noite de núpcias, e depois da gloriosa viagem para uma praia no Brasil — a experiência de perder a virgindade mais próxima de nossa realidade como o olhar de um homem se tornando lobo.
E claro há o fato que o resultado do sexo é uma gravidez imediatada. Você não precisar olhar intensamente para ver o puritanismo de Meyer e Rosenberg, que implicitamente adverte que todo sexo tem suas consequências maiores, até mesmo o sexo de confiança, de recém-casados.
Há sempre um pouco de paradoxo numa certa posição conversadora no sexo, um diz que é tão sagrado que requer esperar até o momento certo (tipo uma viagem de lua de mel ao Brasil), mas isso também carrega um “Q” que pode te levar a, dizer, que há um monstro crescendo dentro de você. Em 10 minutos de tempo do filme nas telas, “Breaking Dawn” sugere ambos.
Isso é tudo fantasia, com certeza, não é pra ser levado super a sério. Mas como as professoras da University of Missouri, Melissa Click, Jennifer Stevens Aubrey e Elizabeth Behm-Morawitz se questionam no livro “Bitten by Twilight,” algo disso deve ter sido passado para os jovens telespectadores que acompanham [Twilight].
“Embora nós tenhamos que evidenciar que os fãs estão sendo críticos com ‘Twilight’,” Behm-Morawitz disse em um relato semana passada, “são as sutilezas da [socialmente conservador] mensagem sobre gênero e sexualidade que continuam sendo questionadas.”
Em outras palavras, há espaço, mesmo em uma alegoria teen, para mostrar as consequências do casamento e do sexo precoce. As complexidades emocionais, por exemplo, ou os efeitos da pressão do casamento. Em “Breaking Dawn,” muito disse é varrido para debaixo do tapete em favor de uma lição diferente: Você deve esperar até o casamento para fazer sexo pela primeira vez. Então quando você fizer, isso pode resultar na vida de um monstro ameaçador, um monstro que mesmo sob todas as circunstâncias deve ser carregado até o nascimento.
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