quinta-feira, 7 de abril de 2011

PARA TODAS AS FEMINISTAS ANSIOSAS POR “ON THE ROAD”

O blog feminista FBomb fez um artigo falando sobre o feminismo, o livro On the Road, e tudo que a personagem de Kristen, Marylou, representa. Kristen é pouco citada no texto, mas ele tem uma abordagem muito interessante, então resolvemos traduzí-lo. Leiam abaixo:

Sem dúvida, muitos de vocês vão querer ver a próxima releitura cinematográfica de Walter Salles, On the Road. Também é inevitável que suas irmãs mais novas irão querem vê-lo desde que Kristen Stewart o estrela. Isso pode deixá-lo com a tarefa de ter que explicar On The Road, e se assim for, aqui ficam alguns conselhos.

Desde que comecei a lecionar e escrever sobre Jack Kerouac tenho sido constantemente questionada sobre como eu, como uma feminista, poderia aguentar as mulheres representadas nos romances de Jack Kerouac. Como eu podia aguentar toda a linguagem sexista que ele usou e cenas que ele escreveu? Para que eu dou minha agora uma resposta muito prática: Eu não posso aguentar, eu não aguento, e além do mais, eu nem pensaria em tentar.

Por que, quando se trata de literatura, ou qualquer outro tipo de escrita dessa importância, é tudo sobre o quão sólido essas escritas são para mim, não importa quão ‘quebrado’ ou estéril ou instável seja, esse ‘terreno’ talvez seja para mulheres. A escrita mais retoricamente eficaz, eu acredito, é a escrita que nos atrai para o mundo, que nos inspira para mover além de suas páginas, para aventurar-se e, talvez, até mesmo escrever sobre isso, criar uma nova história do nosso próprio ponto de vista. Isto, creio eu, é o que On The Road nos ensina a ser: literários e aventureiros.

Eu não sou, de qualquer jeito, a primeira pessoa a se sentir desse jeito. Hakuri Murakami, em seu livro lançado em 2001 Sputnik Sweetheart, demonstra sua ideia bem melhor que eu. “Ele usava com exemplo uma menina chamada Sumire, que lia muito e todo mês escolhia um ‘escritor ídolo’, então, em um mês ela leu On The Road, e chegou a conclusão de que seu escritor-ídolo do mês era Jack Kerouac. Em todo lugar que ela ia levava sua cópia surrada do livro e lia, sublinhando as partes que ela mais gostava. Sua parte preferida é na que um personagem passa a ficar em cima de uma montanha para ter mais inspiração para escrever seus livros. O que é outro exemplo de que Jack faz com que nós nos sintamos dentro de suas obras. Sumire queria ser selvagem, descolada, devassa.”

Então, a fim de deixar sua irmã mais nova apreciar Kristen Stewart, tente inundá-la com alguma sensibilidade feminista, lembrá-la que talvez Kerouac foi um pouco machista, mas o ideal que ele apresentou pode ser recuperado a partir de uma perspectiva feminista: não é a capacidade de ser como um personagem de um romance de Jack Kerouac uma das muitas opções, muitas feministas lutaram por Sumire, por mim e por você?

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