quinta-feira, 3 de novembro de 2011
ENTREVISTA DE KRISTEN PARA A BOX OFFICE MAGAZINE
É o começo do fim para Bella Swan, mas para a atriz que a interpreta é o final do primeiro e maior objetivo de sua carreira. Com só 21 anos, Kristen Stewart passou os últimos três anos de sua vida sendo um dos rostos mais famosas do mundo. A Saga Crepúsculo não pode ser evitada – foi lançado um filme por ano desde 2008, e fez os tablóides falarem (bem ou mal) das estrelas Kristen Stewart, Robert Pattinson e Taylor Lautner. Para uma jovem atriz cujo o primeiro amor é a arte, não a fama, foi intenso. Mas como conta Kristen Stewart à Boxoffice, que está tão envolvida com o papel de Bella Swan que inventou paginas inteiras da historia de Bella, as quais ela jurava que estava nos livros originais – até que ela deu uma olhada e se deu conta que acabava de imaginar esses momentos. Então ela conhece Bella melhor que ninguém – talvez até melhor que Stephenie Meyer – a perguntamos se ela pensa que Bella realmente está preparada para o casamento. E depois de tantos anos de filmagem, como foi acordar sabendo que nunca voltaria a interpretar Bella de novo.
Como é trabalhar em um filme que as pessoas são tão fascinadas pelos pequenos detalhes? Como você e seu cabeleireiro decidiram o penteado que você teria no casamento sabendo que milhões de meninas vão copiar-lo para o seu próprio casamento ou baile de formatura?
É curioso. Isso é algo que você tem que ter em mente enquanto está trabalhando, ou se não vai ser tornar algo tão pesado e vai acabar caindo em cima de você. Querer fazer algo que para você está bastante claro, mas ao mesmo tempo, isso o faz emocionante, é como, “Eu espero que você goste!” Eu estou no mesmo nível que eles: Eu também estou preocupada sobre como vai ficar o penteado. Simplesmente não é normal para outras pessoas estar tão preocupado por algo que realmente te preocupa relacionado ao filme. Normalmente, as pessoas não sabem, as pessoas não se importam. É algo único, realmente único, nesse sentido. Eu nunca tinha experimentado isso em nenhum outro projeto.
Sabendo que outra pessoa leva tão serio o papel como você faz – é algo como uma grande união entre o ator e o publico.
Sim. Na realidade é maravilhoso, e é muito diferente. Eu tive isso em vários filmes, mas nesse caso foi mais extremo. Ao interpretar personagens reais, você vive uma experiência similar. Com Joan Jett (Em The Runaways) e depois em On The Road, onde interpretei essa mulher que é absolutamente incrível pra caralho, LuAnne Henderson (quem inspirou o personagem Marylou no livro e no filme). Isso foi muito importante em um nível que não tinha nada a ver comigo. Então é uma experiência parecida. Normalmente, eu tomo conta dos personagens – eles são meus, do diretor e dos escritores. Mas no mundo real isso tem uma relevância diferente.
Isso é verdade. Especialmente com On the Road, Marylou é baseada em uma pessoa real, mas também existiu na mente dos leitores durante seis décadas. E agora você tem a pressão de fazer todos felizes com a sua visão do personagem. Houve momentos durante a filmagem de Crepúsculo que você se perguntava o quanto esse personagem podia se transformar em algo seu?
Tendo lido os livros e sentado com todo mundo envolvido neles, é muito curioso. As pessoas não gostam das mesmas coisas que você. E algumas coisas que eu lembrava do livro nunca existiram. Era estranho. Como se algo estivesse acontecido com Bella entre os filmes e eu estivesse disposta a lutar para fazê-lo com unhas e dentes, mas não estava lá. Eu tinha inventado. Era algo que eu tinha imaginado durante o tempo que estivemos lá. O que é uma experiência estranha, especialmente quando você discute com o diretor. Aí lia o capitulo 23 e não estava lá. Foi muito estranho. Mas existem diferentes coisas que são importantes para pessoas diferentes entre as quais você tem que escolher. E isso é o que faz o trabalho ser genial, isso é o que faz o filme ser nosso. É algo estranho. Pertence a muita gente no momento – foi um passado enorme e tivemos muitos diretores. Devo estar soando totalmente estranha e sentimental, mas isso é muito querido por um grupo de gente incrivelmente diverso e grande.
Nós escolhemos fotos dos fãs de Crepúsculo posando com suas coisas favoritas da saga e pinturas que eles fizeram – incluindo murais que pegam toda a parede de sua própria casa. Eu adoro seu entusiasmo.
Eu também. Sempre tive essa intensidade com as coisas que eu trabalho, mas de repente eu olho e vejo que outra pessoa também tem, não há nada mais que eu possa dizer além de que isso é genial. É genial compartilhar isso. Em um nível de energia, isso vai te ajudar. É uma sensação boa.
Você mencionou todos os diretores que você trabalhou. Isso faz com que você, Robert Pattinson e Taylor Lautner sejam “os veteranos” – vocês conhecem muito bem os personagens e seu mundo. O que você diz aos diretores quando eles começam?
Cada um foi diferente, sempre me senti como se tudo fosse algo novo. Igual quando voltava e trabalhava com Rob, Taylor e o resto do elenco e qualquer outra pessoa que esteve aqui durante todo o tempo e logo voltávamos a gravar onde paramos, e ao mesmo tempo estávamos aceitando o fato de que ia ter diretores diferentes em cada filme. Você segue o diretor. É ele que estabelece as coisas. Eu adoro isso. Sentir-se perdida não é algo bom e eu me apoio muito nos diretores. É a natureza de fazer o trabalho – eu não dito as coisas, ele o faz. Cada um tem idéias realmente diferentes – nem se quer são idéias diferentes, apenas acontecem por diferentes coisas. As coisas que eles tiraram do projeto foram todas muito diferentes. Isso foi interessante de ver.
Como fez Bill Condon? O que fez ele ser diferente?
Ele possui um tipo de suavidade muito discreta. Ele é incrivelmente doce e gracioso, e agora eu estou o descrevendo como um personagem, mas ele aceita que as coisas são simples, e eu sinto o mesmo. E de alguma maneira, o romance é mais fácil de aceitar nesse filme. As coisas começam a ser naturais de novo, reais… Por que ele acreditava muito nisso. E é maravilhoso considerando o ponto que está situada a saga nesse filme. Acredito que Bill é realmente colaborador e maravilhoso e acredito que ele era realmente capaz de conseguir que Edward e Bella se sentissem realmente juntos agora, por que pelo menos pra mim foi assim – ou estão trabalhando para conseguir fazer o que diabos seja em ser “adulto”. E é genial não ver (Edward e Bella) lutando por todas as partes sem saber por que estão fazendo. Eles são incrivelmente fortes nesse ponto, e eu sinto como se eu acreditasse nisso graças a Bill. Por qualquer razão que seja, é difícil fazer esses filmes, e eu gosto como o que está concreto se transforma em tão diferente. Eu realmente gosto.
O que tem sentido por que nesse livro é onde as coisas se tornam mais reais: Eles tomam decisões permanentes. Você acha que Bella entende com 18 anos o que significa o casamento?
O casamento significa muitas coisas diferentes para cada pessoa. Acredito que é somente mais um passo para ela. Acredito que é um ponto da historia interessante que o casamento não seja nenhum arrependimento para ela – ela estará fazendo por ele. Constantemente me perguntam se eu penso que ela é um personagem forte, se eu penso que ela está submetida completamente ao seu homem e se ela o segue sem pensar duas vezes. Acredito que isso a faz uma pessoa incrível – e alguém que realmente conhece a si mesmo – capaz de renunciar tudo e saber que a pessoa com quem ela compartilha a sua vida está no mesmo nível que ela. Realmente não entendo por que as pessoas abordam dessa maneira. Imagine se eles fossem duas garotas ou dois garotos, acredito que provavelmente Edward seria criticado duramente. Ambos estão de certa forma perdidos, loucos, e são estúpidos no começo, e acredito que no final eles se comprometem pra caralho um com o outro. Ambos conseguem coisas e perdem coisas. E eu não entendo por que é tão criticado. Talvez por ter interpretado e trabalhado com o papel, é assim na minha cabeça e faz todo o sentido, mas eu sigo sem entender.
As pessoas vêem Romeu e Julieta como uma historia de estúpidos adolescentes apaixonados, mas se tivessem vivido mais tempo, talvez eles fossem capaz de demonstrar o que valiam.
Sim, isso foi totalmente circunstancial. Você olha por atrás dessa historia e diz “Não! Por que isso aconteceu?” Por sorte, Edward e Bella são um pouco mais sortudos.
Estou projetando alguns dos meus próprios medos nisso, mas a idéia de interpretar um personagem que está grávida de algo de outro mundo que literalmente está a matando por dentro soa como algo terrível. Especialmente quando nunca esteve grávida.
O que foi estranho foi a minha inclinação natural ao interpretar essas cenas, que no primeiro ensaio já acabava ficando bom. Mas no final, se converteu em uma das minhas coisas favoritas para interpretar: Essa grávida, uma fera na esquina de sua sala que está como “Mantenha-os longe de mim”. Tudo o que importa é o que está dentro e isso é alucinante. Mas eu custei um pouco para me acostumar de uma maneira real. É curioso, você olha para baixo e seu instinto é como “Ugh!”. Mas você não pode fazer isso. Doi, por que é algo que você está disposta a levar. E isso é estranho pra caralho. Realmente foi como uma gravidez de um bebê alien. Foi muito estranho levar as coisas ao pé da letra e falar com Stephenie (Meyer, a autora da saga Crepúsculo) sobre essa tão estranha merda. Sobre as bolsas gestacionais e sobre como manejá-las – muitas conversas sobre as características e coisas da gravidez de um bebê vampiro.
Você conhece esse personagem muito bem. Como foi interpretá-la nessa grande mudança quando se transforma em vampira?
Foi genial. Foi realmente estranho. Resultou em um processo bem longo filmar os dois filmes ao mesmo tempo tendo em vista que os dois são uma coisa só. Você filme, obviamente, sem seguir a ordem da historia, e vai e voltas constantemente de um lado para o outro interpretando a Bella grávida, humana e vampira. Há tantas versões diferentes de Bella nesse filme que é uma loucura. Foi uma experiência muito estranha caminhar pelo set na primeira vez que interpretei uma cena como vampira por que eu estive vendo todos os que me rodeavam fazendo isso todo o tempo. Soa muito estúpido, mas Bella como vampira é meu personagem favorito – ela representa muito a uma matriarca. É muito intuitiva ao nível psíquico e ninguém o reconhece, o que é interessante. Talvez isso diz algo sobre Stephenie já que não se da conta de todas as suas maravilhosas qualidades. E isso também é uma das coisas que me atraem, isso é algo que eu gosto sobre ela. E acredito que é genial ver Bella finalmente conseguir o que quer. Essa é provavelmente a melhor coisa, incluindo se é algo simples e indulgente, que é por que isso tudo é criticado pra caralho o tempo todo. É fantástico ver as pessoas felizes. E ela realmente – se eu interpretei bem – nasceu para estar onde está.
Me conte sobre a manhã depois do ultimo dia de filmagem quando você levantou sabendo que não voltaria de novo para esse set.
Literalmente você passa por um processo no que você reconhece a cada tipo de emoção. Não me preocupava, e logo, dez minutis depois, me importava muito. Acredito que é diferente em cada filme, e obviamente esse vai ser o mais emotivo. Por sorte, não tenho que dizer adeus para ninguém. É diferente. Normalmente, você sabe que mais ou menos no final de umas cinco semanas as relações não vão ser como antes e eu fiz um montão delas. Mas em Crepúsculo foi um experiência única. Não foi como se você falasse adeus a todos e como fosse muito triste. É mais como se sentir realizada. Sente como se tivesse feito seu trabalho. E obviamente foi um longo processo e não posso generalizar dizendo, “Oh sim! Eu estava completamente feliz!” Definitivamente eu estive me torturando durante um período de tempo. No final do dia, realmente me encatava. Não posso esperar até que estréiem esses dois filmes. Sinto como se estivéssemos avançado de nível.
Você começou a atuar com nove anos e nesse momento já tinha sua própria carreira antes de Crepúsculo. E esses filmes de Crepúsculo foram seguidos com filmes audaciosos como The Runaways (Como Joan Jett) e Welcome to the Rileys (como uma prostituta adolescente sem teto). Agora trabalhando com pequenas atrizes como Mackenzie Foy (Que interpreta a filha vampira de Bella que cresce tão depressa) que tem a mesma idade que você quando começou. Que conselho você pode dar sobre o tema de traçar sua própria carreira?
É difícil dizer. Eu fiz por que eu fiz, e isso é demais. Mas ao mesmo tempo eu me sentia muito jovem, então é estranho para mim dar conselhos ou dizer algo sobre isso. Me faz tremer um pouco. Mas se o personalizo, creio que é bastante importante não fazer nada que você não goste. As pessoas fazem coisas constantemente nesse mundo que nem sequer eles acreditam, e obviamente é ai que as pessoas cometem grandes erros. Inclusive se faço um filme ruim, olho para atrás e digo “Bom, essa coisa não saiu exatamente da maneira que eu queria, ou da maneira que podia sair melhor, mais eu adorei a experiência e foi algo que valeu a pena”. Basicamente, se você seguir seu coração, você não vai se arrepender de nada, inclusive se você erra constantemente e completamente. Cada vez que ouço alguém dar um conselho sobre atuação, sempre soam ser realmente vagos e geais em um plano “siga seus sonhos” o qual é basicamente o que eu estou dizendo, ou qualquer merda dessas coisas que eu não tenho idéia.
Se um conselho é sentimental, é por que é verdade.
Exatamente. Na maioria dos casos.
Agora você está filmando Snow White and the Huntsman, o filme que mostra Branca de Neve como uma princesa guerreira. Como é seu estilo de luta?
Não quero banalizá-lo, mas é difícil interpretar uma heroí de ação que ao mesmo tempo é a pessoa mais amável da terra. Você não consegue odia-la. Representa corações sangrentos, então “Como você vai fazer um filme de ação como esse?” Ela é algo como a ultima gota de esperança no seu reino. Tem uma conexão espiritual com seu povo – realmente sente as coisas e essa é a razão por que não sentimos uma empatia por ela. Eu tive varias experiências com esse filme que me fizeram abrir os olhos. Acredito que ao preocupar-se realmente por algo não é somente colocar-se nessa situação de uma maneira superficial e logo dizer “Oh meu deus, me sinto muito mal por eles.” É verdadeiramente algo para não pensar em você absolutamente. O modo em que ela luta será esse que devera evitar de todas as maneiras que seu povo saivá ferido . Basicamente, luto contra o mal – luto contra os maiores malvados filhos da puta e está bem que eles morram. É uma angustia. É literalmente uma angustia do caralho. Ela faz absolutamente tudo sem prazer e sem ferir ninguém. Agora mesmo estou esgotada e estou pensando, “A luta está chegando, talvez não seja tão ruim.” E logo me dou conta que essas vão ser provavelmente minhas senhas emotivas por que estarei matando pessoas e sou Branca de Neves. É uma maneira genial de aproximar-me de um filme em que morre tanta gente. Não é que eu esteja criticando os filmes violentos – eu adoro, geralmente – mas é genial fazer-lo desse jeito.
É o tipo de lutadora que se jogaria na frente de uma bala.
Sim, é também é muito impulsiva. Ela não aprendeu como lutar – simplesmente é pronta e rápida. É mais pronta que outra pessoa, ela não está assustada e sabe o que está fazendo por suas respectivas razões, não importa quão grande sejam: provavelmente poderia fode-los. Ela é uma espécie estranha de pessoa sábia. Ou você sente totalmente ou se desconecta completamente e isso mata as pessoas. O que é horrível, mas se eles são pessoas más, então dá no mesmo.
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