sábado, 12 de maio de 2012

POR QUE KRISTEN STEWART REDUZIU SEU PAGAMENTO DE $20 MILHÕES E MAIS HISTÓRIAS DE “ON THE ROAD”

O site Hollywood Reporter publicou uma matéria em que conta todo o processo de adaptação da obra de Jack Keroac, On The Road, para as telas cinematográficas, comentários dos atores que fazem parte do filme e conta também o por que a atriz Kristen Stewart, que faz a personagem Marylou , recebeu cerca de 10 % de seu salário de 20 milhões de dólares referente ao filme Amanhecer parte 2. Vale a pena conferir!




Marlon Brando recusou, a guerra de drogas no Mexico quase o derrubou e Francis Ford Coppola nunca conseguiu dirigi-lo -- mas a super-estrela de "Crepúsculo" aceitou por menos de $200 mil para o diretor Walter Salles, e o romance da geração beat de Kerouac finalmente foi para as telas.

On The Road começou seu conturbado progresso com uma prece não respondida a Marlon Brando. "Querido Marlon," escreveu o novelista beat, Jack Kerouac em uma carta de 1957," Eu estou rezando que você irá comprar On The Road e irá fazer um filme dele. Não se preocupe com a estrutura, eu sei como comprimir e rearranjar um pouco... fazer tudo uma viagem ao invés de várias costa-a-costa no livro". Ele adicionou: "Você interpreta Dean, e eu Sal. .... Vamos lá, Marlon, escreva!"

Brando nunca respondeu.

51 anos depois, no final de 2008, Walter Salles tinha seu próprio sonho sobre On The Road.

“Nós estávemos perto do sinal verde quando a sistema financeiro americano implodiu,” diz o diretor. Um financiador francês, Pathe, quis drasticamente cortar o orçamento de 35 milhões de dólares para sua adaptação do livro de Kerouac, que definiu gerações.

A produtora Rebecca Yeldham, quem tinha visto outro filme de viagens na estrada com Salles – Diários de Motorcicleta de 2004, sobre a viagem pan-americana do jovem Che Guevara  – ficou devastada quando ouviu as notícias. “O filme estava tão perto e nós tínhamos esse lindo elenco,” ela diz. “Nós estávamos fazendo tudo que podíamos para reduzir os custos e manter a visão de Walter, mas nós percebemos que não estávamos na mesma página [que Pathe].  Foi um momento muito deflacionador.

“Era uma questão de integridade,” insiste o diretor. “Nós não podíamos responsavelmente fazer o filme.”

Mais de meio século depois de Kerouac escrever para Brando, décadas depois do produtor Francis Ford Coppola ter comprado os direitors e 4 anos depois de Salles ter sido escalado, uma das mais longas gestações de filmes da história estava morta.

Ou foi o que Salles pensou. Com o tipo de sorte que todo filme indie precisa, o diretor estava em Paris discutindo outro potencial filme com Nathanael Karmitz e Charles Gillibert da MK2 Productions quando eles perguntaram se ele tinha algum projeto paixão. Bem, sim, ele disse, Sur La Route. Karmitz e Gillibert responderam: “Vamos fazer isso.”

As conversas começaram e exatamente 2 anos atrás em Cannes, Salles recebeu o sinal verde. Mas aquele “sim” não o fez fácil. Foi necessário esforços hercúleos para reduzir até 25 milhões de dólares o orçamento o mínimo que Salles pensou poder trabalhar.

Então ele teve que persuadir o elenco que ele tinha selecionado em 2007 em continuar a bordo. O britânico Sam Riley (Control) estava dentro para interpretar o alter-ego de Kerouac, o protagonista escritor Sal Paradise, o qual múltiplas jornadas com Dean Moriarty através da América formaram a base do livro. Garrett Hedlund (Tron: Legacy) estava tão devotado ao projeto depois que foi escolhido para interpretar o selvagem, livre Moriarty que recusou-se a pegar potenciais trabalhos conflituosos por 2 anos enquanto o financiamento era assegurado. (Outros atores mencionados para os papeis maculinos durante os anos incluíam Matthew McConaughey, Russel Crowe, Jake Gyllenhaal, James Franco e Josh Hartnett. Depois de abandonar interpretar a si mesmo, Kerouac visualizou Frank Sinatra como Sal.)

Para o papel da companhia de espírito livre de Sal e Dean, Marylou, Salles tinha encontrado a atriz pouco conhecida Kristen Stewart através de Alejandro Gonzalez Inarritu.

“‘Não procure mais,’” Sales relembra que o diretor de Babel disse a ele. “‘Eu acabei de ver o primeiro corte de Na Natureza Selvagem de Sean Penn, e tem essa garota de 16 anos que você irá se apaixonar.’” Mas, uma vez que ela se tornou a estrela da sucedida franquia Crepúsculo,  muitas manobras foram requeridas para acomodar sua agenda. Era crítico filmar Road antes de outubro de 2010, quando as filmagens de Amanhecer – Parte 1 e 2 teriam que começar. Para o alívio de Salles, Stewart permaneceu comprometida com o papel o qual ela recebeu cerca de 10% de seu salário de 20 milhões de dólares de Amanhecer – Parte 2.

"Ha algo amendrontador, imprevisível e animalistico em Marylou", ela explica sobre sua atração ao personagem.

Quando On The Road estrear em maio em Cannes, as audiencias verão se o filme valeu esses anos de esforço. Elas também verão se Stewart, 22 (quem tem sua co-star de Crepusculo, Robert Pattinson, em Cannes tambem, com Cosmopolis), tem a habilidade de criar uma carreira pós- vampiro. E elas verão se Salles, 56, pode repetir o sucesso do seu mais recente triunfo em Cannes, Diários de Motorcicleta. Warner Bros. foi o primeiro estúdio a tentar fazer On The Road,  oferecendo para Kerouac pelos direitos do livro. Muito a seu contragosto, seu agente, Sterling Lord, recusou a proposta, esperando por mais dinheiro, o que nunca se materializou.

"Por anos, nada aconteceu," diz a ex-namorada de Kerouac, Joyce Johnson, autora do livro a ser lançado The Voice Is All: The Lonely Victory of Jack Kerouac. Ela observa que Kerouac escreveu roteiros (Pull My Daisy) bem como adaptações de roteiros para companhias de filmes, mas nunca adaptou Road. O escritou morreu falido em 1969. Não até setembro de 1978, quando os direitos de Road foram comprados por Coppola, no topo de seu poder depois dos dois primeiros filmes do Poderoso Chefão. Sob Coppola, o livro foi submetido a oito adaptaçõees por ilustres escritores como Michael Herr (Full Metal Jacket), Barry Gifford (Lost Highway) e Russell Banks (The Sweet Herafter), juntamente com versões de Coppola e seu filho Roman. "Eu nunca soube como faze-lo," disse Coppola em 2008. Ele brincou com a noção de filmar Road ele mesmo, em uma camera 16mm em preto e branco, então ele se virou para uma época com o diretor Joel Schumacher (O Fantasma da Ópera).

Finalmente, depois do lançamento de Diário de Motorcicletas, Salles foi convidado para o vinhedo de Coppola em Napa Valley, California, para discutir o projeto. Foi extraordinario para um homem que começou sua carreira fazendo documentarios sobre cineastas como Federico Fellini e Akira Kurosawa encontra a si mesmo em uma intensa conversa sobre On The Road.

Salles foi atingido pelo brilho total da mente de Coppola, sua capacidade cortar arestas e ir direto aos pontos que interessavam. Ele aceitou o pedido principal de Salles: que, como um brasileiro não familiarizado com o coração da America, Salles deveria dirigir um documentario sobre o livro de Kerouac antes de iniciarem o filme. "Ele imediatamente entendeu que fazer Searching for On The Road foi necessario para eu pegar a complexidade da prosa infundida no jazz e o clima sociopolitico que informou o periodo," disse Salles. Logo, o cineasta, que primeiramente lera o livro com 18 anos enquanto estudante no Rio de Janerio e rasgando-o depois que o livro foi banido pela ditadura militar do Brasil, embarcou numa viagem pelas estradas
sozinho. Ele dirigiu milhares de milhas, por meses e meses, procurando os locais de Kerouac e conhecendo figuras da vida-real os quais os personagens do livro foram baseados. Entre eles estava Carolyn Cassady (esposa de Neal Cassady, a inspiração para Moriarty) e Al Hinkle (o modelo para o amigo de Sal, Ed Dunkel). Salles tambem filmou aficcionados pelo Beat Johnny Depp, Gore Vidal e Wim Wenders, todos os quais aparecerão em seu ainda não completo documentario. Algumas vezes, Salles juntou-se ao roteirista de Diarios de Motorcicleta Jose Rivera, que teve a assustadora tarefa de comprimir o conto sintuoso de Kerouac com duzias de encontros em um roteiro viavel. Rivera passou 6 meses lendo antes de abordar o roteiro, escrevendo cerca de 20 rascunhos. "A maior diferença entre os roteiros que eu escrevi primeiramente foi que eu baseei meu roteiro não enteiramente no livro publicado, mas no rolo," ele disse, descrevendo o manuscrito orginal de Kerouac famosamente escrito em um rolo de papel com 120 pés de comprimento (ele digitou 100 palavras por minutos e não queria perder tempo para mudar de folha).

A frase de abertura do manuscrito diz: "Eu primeiramente conheci Neal não muito depois de meu pai ter morrido." O livro, renomeando o personagem principal, começa: "Eu primeiramente conheci Dean não muito depois que eu e minha esposa nos separamos." A referencia do manuscrito ao pai de Sal, diz Rivera, "ajudou-nos a perceber que isso foi em parte uma busca espiritual de um pai para Jack e um pai verdadeiro para Neal."

Isso deu para ele estrutura que o livro não possui, embora  sua abordagem inicial enxuta tenha mudado sob influencia de Roman Coppola, que pediu para incluir elementos que Rivera tinha descartado, como o romance de Sal com uma imigrante mexicana, Terry (Alice Braga). Notas de Rivera, que chamou na correpond?ncia do poeta Allen Ginsberg: "Tem um momento no rascunho inical em que Ginsberg [a inspiração para o Calo Marx do livro] tem sexo oral com Kerouac. Os Coppola não estavam confortaveis com isso."

Depois de seu hiatus forçado, Salles decidiu juntar o elenco – o qual cresceu para incluir Amy Adams, Kirsten Dunst, Viggo Mortensen, Elisabeth Moss e Steve Buscemi – através de um intenso “acampamento beat” de 4 semanas”, o qual se deu antes da produção propriamente dita começar em Montreal, onde algumas das cenas de Nova York forma filmadas.

“O filho de Neal Cassady, John, veio conversar, assim como a filha de LuAnne Henderson,” Salles explica. (LuAnne é a inspiração para Marylou.) Ele também exibiu seus filmes favoritos, incluindo “Breathless” de Jean-Luc Godard e “Shadows” de John Cassavetes, para dar uma ideia da característica de liberdade que ele imaginou e ainda teve Riley aprendendo a datilografar, “o que foi difícil porque eu sou disléxico,” diz o ator.

Uma filmagem de 80 dias através do Canadá, México, Argentina, Louisiana, Arizona e San Francisco começou em Montreal em 4 de agosto de 2010, com o funeral do pai de Sal. Tudo deu errado: os céus se abriram e a chuva veio a baixo. “Eu pensei, ‘Talvez não esteja destinado para ser,”” diz o produtor Yeldham. Então, gloriosamente, a luz mudou na tarde e o fotógrafo cinematográfico Eric Gautier gritou para começarem. “Alguns dos melhores momentos do filme foram os que as coisas deram errado,” reflete Riley. Isso aconteceu de novo em uma cena filmada no México, “onde eu dirijo o carro até essa casa para pegar a maconha, e o motor apenas explodiu. Isso está no filme final.”

Mas a situação deteriorante de drogas no México representava uma ameaça especial. “Nós consultamos com experts em segurança, os quais aconselharam-nos fortemente para sair dali,” diz Yeldham. Os perigos os forçaram a uma troca de locação de último minuto de Torreon, no interior do México, para o Arizona. A fama de Stewart também requeriu cuidados especiais. “Onde quer que Kristen fosse, a blogosfera iluminava-se com as especifidades de seus movimentos,” adiciona Yeldham. Suas cenas sem blusa com Riley foram filmadas em um set fechado guardado para evitar paparazzi e fans. A pressão de fazer as cenas deixou Riley “doente de ansiedade” – mas não Stewart. “Eu estava tão chocada em ser capaz de fazer isso,” ela diz. “Eu não me senti nua.”

Conhecendo Mortensen (como Old Bull Lee inspirado em William S. Burroughs), Riley estava “aterrorizado que durante a improvisão ele perguntasse algo sobre Nietzsche, tipo, ‘O que você pensa sobre o Ubermensch?’ A noite anterior dele chegar eu passei horas na Wikipedia pesquisando sobre Jean-Paul Sartre e outros, apenas no caso dele me jogar uma armadilha.” (Ele não fez.)

Para Hedlund, um dos momentos mais difíceis foi quando Salles voou com um time para Argentina para capturar uma nevasca verdadeira, e ele teve que dirigir enquanto enfiava sua cabeça para fora da janela. “Estava congelando, e eu não podia ver nada,” diz o ator.

Stewart adiciona: “Nós nunca parávamos de filmar. Eles poderiam ter feito um filme com 20 horas.”

A versão final tem um pouco mais de 2 horas. Reduzindo sua duração, Salles teve que perder vários amores, incluindo as cenas com a imigrante Terry e a sequência em que os protagonistas tropeçam em jesuítas vagando.

Hedlund lembra o quão triste ele estava em deixar todo mundo um pouco antes  da festa de encerramento para a premiere de “Tron”. Relembrando seus momentos finais, ele cita o amado de seu personagem Marcel Proust e sua tristeza “despedidas trocadas sob uma lâmpada desconhecida.”

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