domingo, 13 de novembro de 2011

REVISTA CINE PREMIERE: ENTREVISTA TRADUZIDA

Agindo menos timidamente desde a última vez que a vimos, Kristen Stewart solta uma piada quando vê a caneca de café velho de alguém no seu lugar. “Oh, isso não está certo! Quem deixou isso aqui? Provavelmente tem antraz.” Quando deixaram ela saber que ela já tem gente pra provar sua comida antes dela, ela faz graça dizendo que se fosse verdade, teria sido publicado em algum lugar. “Ótima ideia! Continue dizendo isso!” A verdade é, embora ela ainda seja a mesma pessoa, tem uma nova confiança nela do que tinha quando ela começou com Twilight. Ela pode até ter um guarda costas agora, mas está longe de ser uma diva cheia de excentricidades.

Você se sente como a música “My Way” agora que o fim está próximo? É como uma montanha russa?
Sim, é engraçado. Normalmente quando você termina um filme, não sente como se um capítulo da sua vida está acabado. Você só deixa o set e segue com a vida. Eu ainda não sinto como se tivesse acabado. Teve a Comic-Con, é animador ver as reações das pessoas, e você ainda pode experienciar novos sentimentos. Não estará acabado até que o último filme esteja acabado e toda a divulgação seja feita. Eu ainda estou envolvida demais.


A Comic-Con foi interessante. Alguém disse que você conhece Twilight mais do que qualquer um…
Foi o Bill. Ele exagera…

Como uma atriz, as escolhas de Bella te incomodam, ela fez algo que você não necessariamente concordaria?
Houveram algumas coisas que eu levei algum tempo para compreender, momentos que eu me perguntei o que ela estava fazendo, porque ela é muito prática. Normalmente, ela não tem reações enormes, e se ela tem, elas todas vêm de lugares aonde eu posso entendê-las, e eu sempre amei isso na história. Você tem o seu personagem principal numa história que é muito romântica e muito, muito longe da realidade, e ela somente se deixa levar, apesar de não ser realmente o tipo de pessoa que faz isso, sabe?

Você pode explicar as coisas que ela passa nesse filme?
No começo de um relacionamento, um casal consegue ficar junto e perfeitamente feliz. Aqui, eles lutaram tanto para ficarem juntos desde o primeiro dia e por um momento eles finalmente têm isso, você pode sentir isso. Você experiencia isso com eles por uma grande porção do filme até que algo fica entre eles novamente e se sente estranho porque pensou que o relacionamento deles era sólido. Não é como se eles tivessem terminando, mas pela primeira vez você os vê tentando resolver problemas de casal e não situações de vida ou morte. Essas são coisas que eles podem resolver. Mas aqui ela se torna uma nova pessoa. Ela sempre foi focada em Edward. Nesse sentido, a história tem sido simples, e então tudo de repente muda por causa da criança que ela quer trazer ao mundo, mas ninguém quer, e todos estão meio que contra ela. Você vê a história através dos olhos de outra pessoa pela primeira vez, e eu achei que isso foi interessante. Ela é como um gato selvagem numa esquina mostrando seus dentes pra todo mundo “Para trás!”

Como foi trabalhar com Guillermo Navarro, diretor de fotografia mexicano?
Maravilhoso. Ele trabalhou em Zathura também, então nós já éramos amigos. Foi ótimo ver outro rosto familiar. Ele é muito acolhedor, tem uma presença muito amigável e isso é importante quando alguém está te filmando. Ele é fantástico no que faz, ama o que faz e isso é o porquê de ele ser tão bom. Ele estava tão aberto à participação de todos e isso não acontece com frequência. Ele fez tudo mais divertido e criativo.

E você ama o que faz?
Eu amo o que faço.

Mesmo se você precisar de um guarda costas o tempo todo?
Eu o amo também! Ele é tão grande, olhe para ele. Eu amo o que faço. Eu quero dizer, você pode sentar aqui e dizer ‘Mas você nunca chegou a uma boa conclusão sobre o porquê você faz o que faz’. Claro, você faz para ser outras pessoas por um tempo, mas eu não preciso fugir da minha vida. Eu amo a minha vida. Algumas pessoas querem ter experiências e aprender com elas e têm uma imaginação que ajuda a acharem seu próprio caminho, e isso é algo que parece real, mas não é. É uma forma estranha de se viver. Algumas vezes eu me encontro em situações em que eu somente sei que isso é o que eu quero fazer. Isso é atuar. Os momentos quando você está vivendo algo através de outra pessoa e você aprende com isso, conhece novas pessoas. É surreal e divertido. Você pode dar o produto para o mundo, ou somente sentar e assistir.

Eu me lembro de quando você estava apenas começando. Você tinha tantos sonhos e planos, e queria fazer outras coisas além de atuar. Você queria morar em Sydney e escrever, estou correto? O que aconteceu com esse sonho?
Eu ainda estou escrevendo, eu amo escrever. Eu tenho trabalhado tanto, então não me mudei para Sydney. Eu tinha um grande desejo de ir para a universidade, mas o perdi. Eu não sou uma pessoa muito disciplinada, eles tem que me forçar a fazer as coisas. Se não tem um dia para a produção começar, eu nem começo a escrever notas no roteiro, eu simplesmente não faço. Mas tudo bem, eu sou feliz e gosto de desafios, e essas eram as minhas aspirações quando eu era mais jovem. Mas agora eu estou feliz aonde estou.

E sobre o casamento? Taylor disse que não foi convidado, então ele perdeu.
Ele não foi convidado! Mas ele está em umas das minhas cenas favoritas do filme, depois do casamento. Ele perdeu a cerimônia, mas estava na festa.

Você escolheu o vestido? O quão envolvida você estava no processo de achar o vestido perfeito? Mesmo que você não fosse uma noiva de verdade na vida real.
Certos momentos eu realmente me senti assim. Era um grande negócio e é estranho o que acontece com a noiva no dia do casamento, tem tanta pressão. Meu vestido era… Eu amei meu vestido. Houveram tantas pessoas envolvidas com o design. Todo mundo deu opinião, especialmente eu, Bill, Stephenie e Wyck. Era o nosso negócio, nós tivemos certeza disso. Outras pessoas fizeram a escolha final, mas nós estávamos felizes, foi ótimo. Nós o cobrimos o tempo todo, então entre as cenas eu não conseguia me sentir bonita e elegante. Eu tinha uma capa dos Volturi me cobrindo o tempo todo. Nós filmamos aquele casamento em dois dias e tinha um helicóptero tentando tirar fotos. Parecia um casamento de verdade.

Foi emocionante para você?
Oh, sim! Especialmente quando eu cheguei no set, antes de colocar o vestido. Todo mundo estava esperando por mim. Viso que o vestido é uma grande coisa, nós esperamos todos ficarem prontos e quando eu fui permitida, eu vesti e fui para o set. Foi estranho ter todo mundo que eu conheço sentado lá. Parecia que estávamos terminando algo juntos.

Rob estava rindo o tempo todo? Vocês todos parecem ter um ótimo relacionamento.
Ele é ridículo. Ele é um bobo. Foi estranho, ele não conseguia parar de rir durante as minhas cenas e eu durante as dele. Nós não pudíamos fingir olhar para outro lugar. A primeira cena foi dele, o que foi uma droga porque eu achei que seria a primeira. Eu tinha que ser a primeira! Mas eu não fui, e isso foi terrível porque eu queria ter aquela experiência e eu sabia que não seria a mesma coisa se fizéssemos duas vezes. Eu não queria voltar e fazer tudo de novo, tudo pelo que eu estava passando. Ele me perguntou porque eu ficava cobrindo meu rosto, e isso foi bom porque ele ficava tentando dar uma espiada. A pressão fez a cena ficar boa no final.

E você teve sua lua-de-mel no Brasil!
Sim.

E vocês realmente filmaram no Brasil!
Sim, e foi lindo. Engraçado o bastante, estava chovendo o tempo todo. Nós planejados tudo tão bem e estava chovendo o tempo todo, o que significa que queríamos um pouco de sol e tivemos nada.

Como foi filmar em Louisiana?
Ótimo, eu amo Louisiana. Eu trabalhei lá algumas vezes antes. Nós filmamos majoritariamente em um estúdio, a equipe era ótima. Foram partes mais íntimas das filmagens, tudo foi filmado do lado de dentro e então nós filmamos as externas em Vancouver. Nós filmamos quase todas as cenas emocionais lá.

Filmar dois filmes de uma vez deve ser sido difícil. Você alguma vez filmou partes do segundo e do primeiro num mesmo dia?
Sim, houveram dias em que eu fui de humana para grávida para vampira em um mesmo dia. Aqueles foram dias difíceis, não só logisticamente, mas para o departamento de maquiagem. É tão diferente quando ela é vampira e eu tive que estar atenta a cada movimento que fiz, e ser muito específica com as coisas que disse. Eu tinha que pensar mais rápido do que todo mundo e nunca ser pega com a guarda baixa. Eu sabia exatamente o que saía da minha boca a cada segundo.

Você já concorda com o Rob sobre a maquiagem?
Sim, totalmente! Você se sente presa debaixo dela e os olhos… você se sente longe de ser humano. Vampiros nos livros não têm essa qualidade. Não ajuda que eles tem tanto coração e alma, mas você se sente desconectada com toda aquela maquiagem. Eu não quero reclamar, mas é difícil se conectar com alguém se você não pode ver seus olhos.

Alguém de nossa equipe, e eu não consigo lembrar quem, disse — depois de alguém na entrevista ter dito que a história só tinha personagens femininos fortes — que isso não era verdade, que Bella se vende por um garoto e se transforma em vampira para ganhar o amor dele.
Isso não é verdade mesmo.

Você acha que ela tinha que se tornar uma vampira para segurá-lo?
Não, na verdade ele quer que ela continue humana e tenta deixá-la. Eu quero dizer, você precisa ser muito forte para dizer para a pessoa que ama que ela está sendo fraca. Ela é a que se dá conta de que precisa ser feito.

É como trocar de religião. Tem um ritual e tudo.
Certo, certo, e ela é a que queria, ele nunca a forçou.

Para você, o que te faz humana?
Ser humano? É engraçado, mas esse termo é muito usado hoje em dia. Tipo, se alguém alcançou alguma verdade ou se alguém teve uma experiência muito real, ou algo de muito estranho aconteceu com alguém, todo mundo diz “Esse foi um momento muito humano, isso foi tão humano”, e eu penso o que mais poderia ser? Isso é o que nós somos.

Você acha que animais podem ser mais humanos do que os seres humanos?
Você diz com mais compaixão?

Doces, amorosos, tudo.
Sim, mas ter compaixão é bem diferente de ser humano, eu quero dizer, você pode trair alguém por paixão, por uma fraqueza que você tem e dizer “Isso foi humano”, mas eu acho que as pessoas em geral têm compaixão. Por isso que é tão claro quando alguém não é uma boa pessoa. É muito óbvio quando alguém é um idiota! As pessoas se importam com as outras. Por isso que fazemos filmes. Se não nos importássemos com as pessoas, faríamos filmes sobre nós mesmos. Pessoas se importam com pessoas.

Você foi feita para personagens fortes? Você está prestes a começar Snow White e essa é a versão mais valente de uma princesa que já vimos até agora.
E é.

Tem algo que você ama sobre interpretar a garota forte?
Sim, estou animada de encontrar uma mulher pró-ativa que não simplesmente senta e espera por ajuda. Tipicamente, um papel feminino é ou um filme para meninas ou todos os homens estão ajudando-a pelo caminho. Eu acho que há muitos padrões de estruturação para construir personagens femininos e você sempre está vendo-a sentada por aí, e nesse filme [Snow White] nós temos uma garota que está arrasada e ela se reconstroi, ela acha sua identidade. Para ela, isso é intimidante, porque ela é uma nobre. Ela tem sido ensinada a liderar por toda a sua vida e ela não pode fugir disso. Ela não tem medo de coisas que as outras pessoas tem. Ela canaliza o medo e segue em frente, ela tira vantagem das situações em que se encontra e a forma como ela foi posta para baixo, e ela mostra para todo mundo que ela é a líder e pode fazer isso.

Você tem algo do tipo dentro de si mesma?
Sim, definitivamente.

Isso é algo que você gosta de interpretar ou é algo que você já é ou quer ser?
Eu gosto de interpretar isso, eu amo esse tipo de projeto. Não é intencional, eu nem sempre me dou conta do porquê escolho alguns papeis.

Você amadureceu bastante durante a Saga…
Claro! Cada projeto te modela de um jeito. Eu não quero ser específica demais, mas eu estou sempre muito conectada com cada filme que faço. Eu sinto como se pudesse voltar e fazer cada um deles melhor, e eu estou tão conectada com esse meio, e é uma situação perigosa quando você fica louca por um filme porque você quer que seja bom e quer que as pessoas vão vê-lo. É um longo processo e você está sob um microscópio, e pra mim isso é sempre novo. A paixão não é maior ou menor, é a mesma, mas de repente todo mundo está olhando para você, então eu sinto como se estivesse mais focada e com pés no chão. É fácil se dar conta no que você deveria estar focada.

Como foi ficar grávida no filme?
Foi estranho. Tecnicamente, a barriga era tão grande, tão grande, e leve, então eu reclamei porque eu podia me mover facilmente e isso não é certo. Você não pode se preparar porque o que acontece com essa gravidez é muito anormal. Mas Stephenie escreveu tudo com muitos detalhes.

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